Só Faltou o Título (Record/2015)

so_faltou_o_titulo_so_a_capaMeu terceiro livro e primeiro romance. Foi finalista do Prêmio Açorianos de Literatura (2016).

O que diz a editora sobre ele: “Será possível escrever um livro com a própria vida? Transformar os próprios passos em capítulos, a identidade em um personagem e o mundo em leitores involuntários? Mais do que se perguntar tais questões, esses são os desafios que Edmundo Dornelles, desiludido revisor de textos e aspirante a romancista, se impõe.

Já depois dos 40 anos, tendo gasto o pouco dinheiro da herança do pai e vivendo num pequeno apartamento em uma zona degradada de Porto Alegre, o amargurado Edmundo não obtém respostas das editoras sobre os originais que produz compulsivamente e vai acumulando uma raiva contida contra editores, escritores, críticos, sociedade, quase a humanidade em geral. Ao se tornar revisor freelancer da Editora Record, tem um laivo de esperança: crê que com seu contato com a assistente editorial Tatiana Fagundes e os inoportunos pitacos que dá sobre as obras que revisa, enfim conseguirá espaço.

Só faltou o título nos brinda, magistralmente, com o seu narrador incontrolável disparando contra tudo e contra todos (do mercado editorial ao sistema judiciário), com lances de literatura policial, com cenas de tribunal e com humor, em um fluxo violento de pensamento, não deixa de refletir sobre estes e outros aspectos da literatura, do mercado editorial, da arte e até mesmo sobre questões cotidianas.”

E, Ricardo Lísias, na orelha, diz que: “Se você está atrás de um romance diferente, ousado, inusitado e engraçado, não devolva Só faltou o título à prateleira. Leve-o para casa. Garanto que você não vai conseguir largá-lo até a ousadia final. Mergulhe no texto como se ele fosse um romance policial. Há aqui um crime e uma investigação. Não ficam de fora as testemunhas, a polícia e um julgamento. Só que não é só isso. Há um narrador mal-humorado, distribuindo verdades para quem detesta ouvi-las: os donos do poder da literatura brasileira contemporânea. Do livro policial inusitado passamos assim para a discussão literária. A franqueza do narrador espanta, mas dá força à crítica. Nem ele mesmo se salva. Só faltou o título ultrapassa todos os limites. Não se encaixa em um gênero bem definido, desrespeita as regras do decoro e da boa convivência entre as personagens ou, mais além, os colegas escritores, não deixa o tempo inteiro de relativizar as próprias possibilidades e, como se fosse pouco, ainda demonstra a habilidade do autor em manejar inúmeros recursos inusitados. A literatura brasileira nunca abriu muito espaço para o expressionismo e a intensidade linguística que ele cria. Mais uma novidade deste livro peculiar. A propósito, o título é bem apropriado: ao final da leitura, parece que não falta nada para estarmos diante da melhor literatura. É assim que chamamos este tipo de livro”.

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